Mãe de oito filhos e moradora de
Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Morreu ontem, por volta
das 14h30, Edi Alves Guimarães, de 53 anos, que estava internada desde
sexta-feira após inalar fumaça proveniente da queima de pneus durante a greve
geral em protesto contra ações do governo federal, principalmente contra a
reforma da Previdência Social e os contingenciamentos de recursos das
instituições educacionais ligadas à União. Desde então, a mulher estava
internada em estado gravíssimo no Hospital Risoleta Tolentino Neves, na Vila
Clóris, na Região de Venda Nova. A Polícia Civil abriu inquérito para
investigar os responsáveis pela queima que pode ter causado a morte de Edi.
A mulher ia para o trabalho em um
ônibus que liga Santa Luzia ao Centro de Belo Horizonte quando uma barricada de
pneus em chamas impediu o motorista do coletivo de seguir seu trajeto. O
obstáculo, situado em frente à portaria principal do câmpus Pampulha da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), lançava uma nuvem de fumaça preta
aos céus. A mulher inalou fumaça quando aguardava a liberação da via no ônibus.
Ela teve uma parada cardiorrespiratória, foi reanimada pelos médicos e passou
por procedimentos de emergência. Em seguida, foi levada para a Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu até morrer.
De acordo com o boletim de
ocorrência registrado pela Polícia Militar, uma guarnição do 13º Batalhão
avistou uma movimentação diferente dentro do ônibus que estava em frente à fila
de pneus. Imediatamente, conforme o documento, os militares se deslocaram para
prestar assistência a Edi. A polícia acionou o Samu para socorrê-la. No
entanto, antes da chegada da ambulância, Edi teve sintomas de convulsão. Diante
da emergência, os oficiais deslocaram a vítima ao Risoleta Neves.
A reportagem procurou a Polícia
Civil para apurar em que pé estão as investigações do caso. Por volta das 19h,
a corporação confirmou que há um inquérito aberto, mas não deu detalhes do
avanço dos trabalhos até o fechamento desta edição. As apurações são conduzidas
pelo delegado da 3ª Delegacia de Polícia Civil Noroeste, Weser Francisco
Ferreira Neto.
Em nota, o Hospital Risoleta
Tolentino Neves informou que Edi teve morte cerebral, cujas causas devem ser
apontadas pelo Instituto Médico-Legal (IML). O texto informa ainda que não há,
por parte da família de Edi, nenhum relato de doença diagnosticada
anteriormente na mulher que possa ter causado complicações decorrentes da
inalação de fumaça, como enfermidades respiratórias, por exemplo. A unidade
destacou que a investigação do óbito cabe à Polícia Civil.
ESTADO DE MINAS

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