A segurança pública no Rio Grande
do Norte vive momentos de tensão. O setor continua em um quadro considerado
preocupante, e a situação pode piorar nos próximos dias, caso realmente seja
deflagrada a partir desta segunda-feira (17) a paralisação anunciada pelos
policiais e bombeiros militares estaduais.
A interrupção das atividades a
partir de amanhã por parte dessa área da segurança pública potiguar foi
confirmada nesta semana. Na última terça-feira (11), a Associação dos
Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN
(ASSPMBMRN) reafirmou que a suspensão dos serviços estava mantida.
A entidade informou, na ocasião,
que a categoria tinha decidido manter a mobilização, após uma reunião com
representantes do Governo do Estado. Segundo a Associação, o encontro ocorrido
no início desta semana não teve avanço na negociação das demandas
reivindicadas, principalmente no tocante à atualização salarial.
A ASSPMBMRN disse que, diante da
falta de acordo, a categoria realizou uma assembleia que deliberou por
unanimidade pela interrupção das atividades a partir deste dia 17. Nas últimas
semanas, a categoria realizou uma série de assembleias por todo o estado que
caminhavam para a paralisação.
Ainda de acordo com a Associação
dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN, a
principal reivindicação da categoria é a atualização salarial e o pagamento das
folhas salariais em atraso, além de pagamento das promoções já efetivadas,
efetivação das promoções e atualização dos níveis remuneratórios.
Responsáveis pelo policiamento
ostensivo, com patrulhamento de rua e atendimento de ocorrências, os policiais
e bombeiros militares do Rio Grande do Norte enfrentam um déficit salarial de
mais de 60%. A informação é da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais
Militares e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN).
Segundo o presidente da entidade,
o subtenente Eliabe Marques, o déficit salarial dos militares atualmente chega
a 60,49%. Ele informou nesta semana que a categoria não recebe ao menos a
reposição inflacionária há cinco anos.
A ASSPMBMRN afirma que os
militares do RN possuem o pior salário inicial da Federação na carreira
policial e uma diferença extrema entre as demais forças de segurança. A
entidade defende que a tão aclamada redução na violência estadual é resultado
do trabalho policial.
“Os índices de violência têm
diminuído em todo o RN, vemos isso sendo noticiado pelos institutos de
pesquisa, jornais e até mesmo pelo próprio Governo. Esse resultado se dá graças
ao sacrifício e abnegação dos militares estaduais, que merecem uma
contrapartida do Governo pelo seu bom trabalho”, ressaltou o presidente da
Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros
Militares do RN.
Representantes da categoria
voltaram a se reunir com o Governo do Estado nesta sexta-feira (14). Mas, até o
fechamento desta matéria, não havia informação sobre qualquer suspensão da
parada anunciada no decorrer desta semana. Confira na página seguinte matéria
completa sobre essa reunião.
Enquanto os policiais e bombeiros
militares do Rio Grande do Norte já anunciaram a deflagração de uma paralisação
a partir de amanhã, a Polícia Civil do Estado não fala em interromper as
atividades, pelo menos, por enquanto. No entanto, a categoria vem reclamando
firmemente de um déficit de efetivo na corporação.
Nesta semana, a Associação dos
Delegados da Polícia Civil do Rio Grande do Norte (ADEPOL) divulgou que o
Estado conta, atualmente, apenas 1.045 agentes e que o ideal seria pelo menos 4
mil, resultando em um déficit de mais de 73%.
A entidade informou também que,
quanto aos escrivães, o déficit é de mais de 76%, com a presença de 187
profissionais, ao invés dos 800, que seria o número ideal. Ainda segundo a
Adepol, no caso de delegados, deveriam ser 350, ao invés dos atuais 160.
“O último concurso público
realizado para reposição de cargos no âmbito da Polícia Civil ocorreu há mais
de dez anos, em 2009, mas o processo tramita desde maio de 2015, sem solução”,
criticou o presidente interino da Adepol, delegado Cláudio Henrique.
Diante desse cenário, a entidade
disse que nesta semana enviou novo ofício ao Governo do Estado, sendo o quarto
documento sobre o assunto encaminhado neste ano, cobrando a necessidade de dar
celeridade no andamento do concurso público para a corporação.
A cobrança pelo concurso também é
uma reivindicação do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança
(SINPOL). Na semana passada, a entidade divulgou um material chamando atenção
para um alegado baixo efetivo na corporação que, segundo o Sinpol, contribui para
menos investigação, impunidade e aumento da criminalidade.
O sindicato marcou uma assembleia
para esta terça-feira (18), com o fim de tratar de assuntos como atrasos
salariais e mobilizações da categoria, como o Dia Nacional de Protestos nos
estados e o Ato Nacional em Brasília. Nesta sexta, a categoria aderiu ao
movimento nacional contra a reforma da Previdência e suspendeu atividades que
resultaram em delegacias fechadas em todo o estado.
JORNAL DE FATO

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