A boa quantidade de chuvas que
ocorreram neste ano em toda a região de Mossoró está fazendo que um dos
produtos mais consumidos durante o período junino seja encontrado a um preço
mais acessível e em grande quantidade. A safra considerada boa provocou o
aumento da demanda do milho verde, cuja espiga está sendo vendida a R$ 0,80.
Mesmo a maior quantidade de milho
sendo proveniente do plantio feito por irrigação, os pequenos produtores de
Mossoró que produzem por meio de cerqueiro (quando o plantio depende
completamente da quantidade e chuvas) estão conseguindo vender seus produtos
para comerciantes de Mossoró. A saca do milho verde está sendo repassada para
os comerciantes de Mossoró por R$ 50,00, em média.
Em anos anteriores, de acordo com
o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Lavoura, Francisco Gomes, a saca
de milho chegou a ser vendida por R$ 70 para os comerciantes locais. “Neste
ano, com as boas chuvas, a quantidade de milho foi satisfatória e o preço do
produto, consequentemente, caiu consideravelmente”, comentou o sindicalista.
Ele explicou ainda que,
normalmente, o milho que é vendido neste período do ano é proveniente da
agricultura irrigada e não daqueles que dependem das chuvas para o plantio. No
entanto, neste ano, o inverno fez que muitos agricultores conseguissem colher o
produto neste período, que é considerado o melhor para a venda do milho verde.
“Geralmente, o milho que é
vendido em junho é fruto da agricultura irrigada, porque os agricultores que
vivem da cultura de cerqueira, que é quando depende das chuvas, não conseguem
manter a plantação até este período, porque as chuvas sempre acabavam antes
deste período. Mas, neste ano, são muitos os agricultores que conseguiram
segurar a plantação, por causa das chuvas frequentes que ainda estão
ocorrendo”, disse Francisco Gomes.
Com o milho em abundância, os
consumidores estão comemorando a queda do preço do produto nos revendedores. De
acordo do Jônatas Carvalho, neste ano, ele comprou o milho a R$ 0,80 por
espiga, tendo ainda desconto, dependendo da quantidade do produto que iria
comprar. “Achei milho a partir de R$ 0,80, mas dependendo da quantidade, o
vendedor ainda dá um bom desconto, ficando ainda mais em conta”, disse.
O milho é um dos principais
alimentos da culinária nordestina neste período junino. O consumo do produto
não se resume a apenas o produto bruto, mas também às suas variações, que são
canjica, pamonha, curau, entre outros produtos. O milho também é um dos maiores
símbolos do são-joão, por estar presente nos momentos de fogueira em
comemoração aos dias de Santo Antônio, São João e São Pedro.
O preço em conta desse item que é
considerado indispensável para esta época do ano deve fomentar ainda mais o
comércio de Mossoró. É frequente a cena de pessoas comprando esse produto
principalmente nas proximidades das datas de santos comemorados no mês de
junho.
Sindicato aponta garantia de
quase 70% da safra deste ano
Informações repassadas pelo
Sindicato dos Trabalhadores da Lavoura de Mossoró dão conta de que pouco mais
de 30% da safra de milho e feijão foi perdida neste ano. Isso representa uma
significativa melhora em relação a anos anteriores, já que praticamente 70% da
safra conseguiu ser colhida pelos agricultores familiares.
Em anos anteriores, a quantidade
de milho e feijão perdidos devido à falta de chuvas chegou a ser de 90%. “Desde
o ano passado que vimos tendo uma melhora em relação à safra de milho e feijão
nas comunidades rurais de Mossoró. Em 2018, os números foram positivos e neste
ano a expectativa foi alcançada”, comentou o presidente do Sindicato da
Lavoura, Francisco Gomes.
O presidente do Sindicato da
Lavoura disse ainda que havia pelo menos nove anos os agricultores rurais de
Mossoró não colhiam frutos tão bons, devido à ocorrência de um bom inverno.
Somente nos últimos cinco anos, praticamente toda a safra foi perdida, devido à
inexistência de chuva suficiente para o plantio. “Fazia uns oito ou nove anos
que não tínhamos uma safra tão boa quanto essa deste ano. O percentual era
sempre abaixo de 50% e tivemos alguns anos em que quase 90% da safra foi
perdida”, comentou.
O Sindicato da Lavoura explica
que, para a plantação e colheita do milho, por exemplo, é necessário ter chuvas
bem espalhadas e ocorrer durante todo o processo de plantio. “Não adianta
chover no início do plantio e, quando o milho estiver bonecando, não ter mais
chuvas. Tem que chover durante todo o período do plantio do milho”, explicou o
sindicalista Francisco Gomes.
JORNAL DE FATO
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