A ansiedade das torcidas
brasileiras pela volta das competições domésticas acabou! Ontem teve reinício a
Copa do Brasil com três partidas “ambos em bom nível”, mas das três, a que mais
chamou a atenção da torcida “antes, durante e depois de sua realização” foi o
jogo entre Athletico Paranaense e Flamengo na noite gelada de Curitiba. O jogo
terminou com os termômetros marcando 6 graus, mas a partida dentro de campo
ignorou a temperatura ambiente e entregou as duas torcidas tudo aquilo que elas
imaginavam.
Claro que antes da bola rolar os
torcedores das duas equipes apostavam em vitórias dos seus times, mesmo a
torcida do Flamengo sabendo que o retrospecto do rubro negro carioca na Arena
da Baixada é desastroso! “Para se ter ideia, nos últimos 20 anos o Flamengo só
venceu uma partida no campo adversário, foi na Copa Sul-americana de 2011 com
uma atuação de gala de Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo”.
Eu, mais precavido apostei em um
empate, e por isso “particularmente falando” fiquei satisfeito com o resultado,
pois é totalmente aceitável um empate jogando fora de casa com torcida contra,
ambiente adverso e um excelente time como adversário.
Hoje, sem sombra de dúvidas os
paranaenses possuem um dos melhores times do país! Muitos de imprensa bairrista
ainda não colocam o Athletico em pé de igualdade e até de superioridade com
clubes cariocas e paulistas para não darem o braço a torcer, mas em termos de
estrutura e resultado o time do Paraná da de goleada em muitos “grandes” do
futebol brasileiro.
Falando do jogo em si, o
Athletico em casa fez o que se esperava dele! Foi pra cima do Flamengo com
apetite de time protagonista, encurralou o time carioca no primeiro tempo, foi
amplamente superior e merecia ter terminado a primeira etapa pelo menos com um
placar de 1x0. O Flamengo iniciou mal a partida, talvez por ainda estar se
adaptando ao novo esquema de jogo, o 4-4-2 “típico dos antigos times da
Inglaterra” com duas linhas de quatro bem definidas e dois atacantes mais
enfiados. Porém, claramente o time se ressentiu do clássico camisa 10, ou seja,
aquele jogador que rege o meio campo, recebe e distribui jogadas, as jogadas
ofensivas do Flamengo na primeira etapa praticamente não existiram, pois o time
pegava a bola e ficava sem muitas opções de saída de jogo, e os paranaenses no
abafa logo recuperavam essa bola e partiam para o ataque.
E a bola mais produtiva do time
do Athletico foram os lançamentos longos as costas da zaga carioca, perdi até a
conta de quantas vezes o ataque do Athletico no primeiro tempo conseguiu sair
com a bola limpa diante do gol para ou finalizar a jogada ou tocar para algum
outro jogador mais bem posicionado.
No segundo tempo o Athletico
continuou na pressão, e graças a intensidade de jogo abriu o placar com o
zagueiro Léo Pereira antes dos 5 minutos. Após o gol os paranaenses ainda
continuaram em cima do Flamengo em busca de um segundo gol.
Foi quando entrou em cena o
técnico Jorge Jesus, que ao contrário do antigo técnico Abel Braga, não fez
troca de 6 por meia dúzia, ele mexeu no esquema tático da equipe colocando
Diego e Everton Ribeiro para poder armar jogadas para o Flamengo.
Coincidentemente, o Flamengo
empatou a partida ainda com a primeira formação enquanto as substituições se
desenrolavam. Gabriel recebeu um passe de lateral de Renê, se livrou facilmente
do zagueiro do Athletico e empatou o jogo aos quase 20 minutos da segunda
etapa.
A partir daí, com a moral do gol
de empate e as mexidas no time, o Flamengo passou a dominar a partida entre os
20 e os 35 minutos do segundo tempo, podendo nesse espaço de tempo até ter
virado a partida, faltou realmente muito pouco pro time carioca fazer 2x1.
Passado este momento o Athletico
fez alterações que o tornaram ainda mais ofensivo, e Jesus respondeu colocando
Piris da Mota para voltar a fechar o meio-campo do Flamengo que estava muito
exposto ao estilo de jogo atleticano.
O que se viu dos 35 aos 55
minutos do segundo tempo foi um Flamengo defendendo o resultado do empate, “mas
sem abdicar do jogo ofensivo” e um Athletico querendo a qualquer custo a
vitória, pois os paranaenses sabiam que seu retrospecto fora de casa era ruim.
Ainda sobre o jogo, o torcedor do
Flamengo que criou expectativa sobre a estreia do lateral Rafinha, recém contratado,
teve que esperar, o jogador não foi utilizado pelo técnico português durante o
confronto de ontem.
Sobre a arbitragem de Anderson Daronco,
o que dizer? Os três gols do Athletico Paranaense realmente foram bem anulados!
É claro que a torcida se irou contra o fato, pois no calor da partida as vezes
não se entende que a decisão de anular os gols foi a correta.
Mas os dois lances mais polêmicos
da partida na minha interpretação particular, houve um erro muito grave e um
acerto. Qual o erro? Diego Alves realmente pegou a bola com as mãos fora da
grande área, o goleiro do Flamengo deveria ter sido expulso de campo, e talvez
com um jogador a menos em um confronto tão equilibrado, o resultado final da
partida poderia ter sido outro!
Já no que diz respeito ao suposto
pênalti do lateral Renê em Marcelo Cirino, realmente a penalidade aconteceu!
Porém, na origem da jogada “em um lance interpretativo” houve uma carga faltosa
em cima do zagueiro do Flamengo, o que invalidou a jogada posterior, no caso o
pênalti que seria a favor dos paranaenses.
Na minha opinião “falando novamente
do jogo” foi um dos melhores jogos do ano no futebol brasileiro! Fazendo até
uma comparação a grosso modo “minha opinião, ninguém precisa concordar” esse
Athletico x Flamengo foi melhor que todos os jogos da Copa América juntos!
As equipes se entregaram 100% em
campo. Não faltou raça, disposição, técnica e tática as equipes! Ambas estão de
parabéns. O que só aumenta a expectativa para o jogo da próxima semana no
Maracanã.
Com certeza as duas equipes vão
jogar pra frente em busca do resultado. E não se engane, o Athletico apesar de
ter campanha desastrosa fora de seus domínios não pode ser desprezado. Um
vacilo do Flamengo e a vaga das semifinais pode ficar com o furacão.
POR MIGUEL BOENTE





Nenhum comentário:
Postar um comentário