quarta-feira, 3 de julho de 2019

ESTAMOS NA FINAL DA COPA AMÉRICA! E DAÍ? - POR MIGUEL BOENTE



O Brasil se classificou na noite de ontem para disputa do título da Copa América 2019 ao vencer a seleção da Argentina por 2 a 0 no estádio do Mineirão com gols de Gabriel Jesus “que desencantou” e R. Firmino.

Mas e agora, que lições se pode tirar desta classificação da nossa seleção? A primeira coisa que nos vem a mente é analisar friamente se a seleção se comporta melhor com ou sem a presença de Neymar em campo, muitos questionam dizendo que se o astro pop/jogador estivesse em campo o Brasil de repente nem estaria na final, outros “fãs do atleta” ou viúvas do Neymar, já dizem que se ele estivesse na disputa o Brasil não teria passado tanto sufoco para chegar a final, devido ao baixo nível técnico da Copa América o então camisa 10 do Brasil iria deitar e rolar nos gramados brasileiros.

Aí vem nossa segunda questão, o baixo nível técnico da atual edição da competição. Até aqui foram disputadas 23 partidas na Copa América, e se for feita uma pesquisa nas ruas do Brasil sobre o nível dos jogos ou aquele jogo que mais se destacou, primeiro que os pesquisadores terão um pouco de dificuldades em achar muitos torcedores que “perderam” seu tempo assistindo jogos da Copa América. Até as partidas da seleção tiveram audiência mediana em algumas apresentações, sendo superada inclusive pela seleção feminina que estava na disputa do mundial da França.

Mesmo com o baixo nível técnico do torneio a nossa seleção penou em alguns momentos na competição, como na estreia contra a Bolívia, quando só se achou no segundo tempo. No empate “vexatório” sem gols contra a Venezuela. Talvez a exceção tenha sido a partida contra a seleção do Peru. Não pelo placar em si de 5 a 0, mas como a seleção construiu o resultado, mas na sequência, quem imaginou que o time de Tite estivesse em ascensão teve que sofrer vendo a seleção se classificar nos pênaltis contra a poderosa seleção do Paraguai em POA.

Contra a Argentina o Brasil apresentou mais raça do que técnica em muitos momentos do jogo “o que já é um avanço” pois nos últimos tempos os jogadores que vestiram a camisa amarelinha sinceramente não demostravam qualquer tesão em participar de competições, pareciam estar por obrigação, tanto que as mazelas ocorridas nos últimos anos foram fruto exatamente desta falta de interesse aliada a incompetência das comissões técnicas falidas que a CBF insistia em pôr no comando.

 No jogo de ontem por incrível que pareça o Brasil não foi colocado mais a prova do que foi por exemplo contra o Paraguai. O que ainda assustava na Argentina eram os lampejos individuais de Messi que sofreu em meio a uma seleção Argentina limitada técnica e taticamente, e eu diria que a Argentina ainda foi longe nesta Copa, chegar entre os 4 semifinalistas com aquele time, só graças mesmo ao baixo nível técnico da Copa América, pois se fosse na Copa do Mundo os Argentinos “dependendo do chaveamento” poderiam facilmente cair na fase de grupos de um mundial.

O que mais me chamou a atenção após o encerramento da partida foram os depoimentos de alguns jogadores da seleção meio que em tom de desabafo cobrando incentivo da torcida, com a sensação de missão cumprida.

Calma aí, primeiro que a Copa América ainda tem mais um capítulo para ser escrito, e o será no próximo domingo as 17hs no Maracanã contra chilenos ou peruanos que jogam hoje à noite as 21:30.

“Abrindo um parêntese aqui sobre a organização de eventos no Brasil e a relação da nossa seleção com o Maraca. Mais uma competição organizada no país e o mesmo erro cometido, ou seja, seleção brasileira no Maraca só em uma eventual final? Por qual motivo? Seria algo político da CBF contra o Rio de Janeiro? Afinal toda competição de respeito tem sua abertura e encerramento no palco da final, ou seja, Brasil e Bolívia deveriam ter se enfrentado no Rio e não em SP, até pelo fato do jogo contra o Peru já ser do mesmo estado, mas enfim, caso a seleção cometesse a gafe de não chegar à final desta importante Copa, novamente o público carioca ficaria privado de acompanhar a seleção na sua casa, no principal estádio do futebol brasileiro”.

Mas retomando sobre o depoimento dos jogadores, não tem nada ganho! É preciso consolidar o título no domingo, muito provavelmente contra o Chile que é o atual bicampeão da Copa América “2015, 2016”. E mesmo que seja a seleção peruana, o torcedor não pode esperar a mesma molezinha que encontrou nos 5 a 0, por dois motivos, um é que se a seleção peruana realmente avançar a final, a mesma chega como franco atirador na decisão, e ela sim, com muita moral por ter eliminado o Uruguai “e eventualmente a seleção bicampeã” e isso irá motivar o elenco a fazer uma apresentação melhor do que aquela de uns dias atrás, então dever cumprido mesmo para o Brasil é levantar a taça, depois desabafem o que quiserem “apesar que com todo respeito, ganhar Copa América meia boca em casa é obrigação”.

O que de ruim pode acontecer com o título do Brasil no domingo? Sim, existe esse lado! Quem entende de futebol pode “infelizmente” acompanhar que na trajetória da nossa seleção na competição nada de novo “taticamente” foi apresentado ao torcedor e a imprensa, convocação duvidosa de atletas “que até aqui graças ao avanço da seleção na Copa vai dando resultado”.

Qual o principal discurso da comissão técnica da seleção hoje e até alguns jogadores usam o mesmo tom em suas entrevistas? “Jogamos bem, nossa defesa ainda não sofreu gols na Copa América” esse tem sido o discurso. Ou seja, que se dane que o futebol tá feio, o que importa são os resultados! “Até quando ninguém sabe”. Se jogar feio por uma bola fosse garantia de sucesso tinha muito time aí que era campeão toda hora!

O problema de um trabalho ruim em cima de um bom resultado é o seu conceito! Ou seja, na cabeça de quem executa o trabalho ruim o que vale é o resultado final, se a vitória vem os erros não são corrigidos e vai se empurrando certas situações com a barriga. Por isso que existe o velho ditado onde se aprende nas derrotas, pois elas nos apontam os erros, nos fazem refletir após analisar onde se erra. Eu, particularmente temo que um eventual título da seleção Brasileira nesta Copa América venha a servir justamente pra isso, para mascarar uma situação que vem incomodando os amantes do bom futebol brasileiro não é de hoje, que é justamente a inversão de valores, ou seja, é melhor jogar mal e vencer do que jogar bem e perder.

E isso já foi amplamente discutido em vários debates esportivos e até técnicos adeptos do futebol de baixa qualidade, mas que erguem taças e acabam tirando esse discurso, como Carlos Alberto Parreira em 1994 quando questionado que o Brasil ganhou a Copa com um futebol pobre ele rebateu dizendo que era melhor ser tetra e alegrar o povo do que ter uma seleção como a de 1982 que encantou o mundo mas não ganhou nada.

É isso que está em jogo nesta Copa América, o futebol de resultados de Tite será campeão e irá provar ao mundo mais uma vez que é melhor jogar feio e ser campeão? Vamos aguardar.

MIGUEL BOENTE

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