quarta-feira, 26 de junho de 2019

RN TEM MAIS DE 50% DOS JOVENS SEM CONCLUIR O ENSINO MÉDIO



No Rio Grande do Norte, 50,1% da população de jovens com 19 anos não chegaram a concluir o ensino médio em 2018. Os números fazem parte dos dados colhidos pelo Anuário Brasileiro de Educação Básica divulgado na manhã desta terça-feira (25) pelo Movimento todos pela Educação em parceria com a editora Moderna. Os dados foram levantados com base nas informações do Plano Nacional de Educação (PNE).

Entre os anos de 2012 e 2018, o RN registrou um pequeno avanço no percentual de jovens que concluíram o ensino médio. O estudo mostra que nesse período o estado passou de 44,1% para 50,1% dos jovens que concluíram o ensino médio. Isso representa um percentual de 6%

Em 2012, apenas 51,7% dos jovens com idade 19 anos matriculados, concluíram o ensino médio. Um índice bem abaixo do registrado em 2018, quando 63,6% dos jovens nessa mesma idade, matriculados no ensino médio haviam concluído essa fase dos estudos. Mesmo com o aumento do percentual o índice ainda é considerado muito baixo

Sobre o ensino fundamental no RN, mostra o estudo que o percentual de matriculados em 2018, registrou uma pequena oscilação também positiva com relação a 2012. O percentual de crianças e adolescentes com idade entre 6 e 14 anos matriculados em 2018 ficou em 98,4%, já em 2012, o percentual era de 97%.

Os dados do anuário mostram que no Brasil, o número de jovens de 15 a 17 anos cursando o ensino médio aumentou de 61% em 2012 para 68,7% em 2018. O percentual de jovens nessa faixa etária que frequentam a escola também vem crescendo e chegou a 91,5% em 2018.

A conclusão do ensino médio na idade adequada ainda é um desafio, como mostram os dados do relatório. Em 2018, apenas 63,6% dos jovens de 19 anos matriculados concluíram o ensino médio. Em 2012, 51,7% dos jovens de 19 anos tinham concluído essa etapa do ensino.

É um avanço estatisticamente significante, mas um avanço ainda tímido. O modelo que temos acaba fazendo que adolescentes e jovens saiam da escola e, mesmo os que frequentam a escola, não veem um ambiente atrativo para seguir e encaixar a ideia de escolarização do ensino médio nos seus projetos de vida", disse o coordenador de projetos do Todos pela Educação, Caio Callegari.

Desigualdade dificulta acesso ao ensino

As desigualdades socioeconômicas e de raça têm peso no acesso ao ensino médio, como aponta o anuário. Em 2018, 75,3% dos jovens brancos de 15 a 17 anos estavam matriculados na etapa. Já entre os jovens negros da mesma faixa etária esse percentual era de 63,6%, uma diferença de quase 12 pontos percentuais.

O anuário mostra também as disparidades em relação à distribuição de recursos. Enquanto São Paulo recebe a maior média anual de recursos vinculados à educação por aluno, R$ 6,5 mil, o Maranhão está no outro extremo com R$ 3,5 mil por aluno ao ano.

“Boa parte das desigualdades educacionais está relacionada à desigualdade de financiamento tanto em relação à garantia de recursos mínimos quanto à gestão de recursos. Estamos dando menos recurso para quem tem que corrigir um passivo histórico de investimento em educação”, disse o coordenador de projetos do Todos pela Educação.

Em relação à formação dos professores a publicação mostra que desde 2012 houve aumento médio de cerca de cinco pontos percentuais no número de docentes com formação adequada para as disciplinas que lecionam.

Em 2018, 48,7% dos docentes dos anos finais do ensino fundamental, que vai do 6° ao 9° ano, tinham formação adequada. O dado representa um crescimento de 5 pontos percentuais em comparação a 2012. Já no ensino médio, essa taxa era de 56,3%, aumento de 5,4 pontos percentuais no mesmo período.

“A última década foi marcada por avanços importantes, mas que de forma nenhuma desligaram a sirene de urgência de mudanças estruturais na educação brasileira. Ainda estamos muito distantes das metas estratégicas do PNE”, disse Caio Callegari.

O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019 usa como base dados do Ministério da Educação e traz análises sobre os temas das 20 metas do PNE que foi sancionado em 2014 e estabelece metas para melhorar a educação até 2024.

JORNAL DE FATO

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