No Rio Grande do Norte, 50,1% da
população de jovens com 19 anos não chegaram a concluir o ensino médio em 2018.
Os números fazem parte dos dados colhidos pelo Anuário Brasileiro de Educação
Básica divulgado na manhã desta terça-feira (25) pelo Movimento todos pela
Educação em parceria com a editora Moderna. Os dados foram levantados com base
nas informações do Plano Nacional de Educação (PNE).
Entre os anos de 2012 e 2018, o
RN registrou um pequeno avanço no percentual de jovens que concluíram o ensino
médio. O estudo mostra que nesse período o estado passou de 44,1% para 50,1%
dos jovens que concluíram o ensino médio. Isso representa um percentual de 6%
Em 2012, apenas 51,7% dos jovens
com idade 19 anos matriculados, concluíram o ensino médio. Um índice bem abaixo
do registrado em 2018, quando 63,6% dos jovens nessa mesma idade, matriculados
no ensino médio haviam concluído essa fase dos estudos. Mesmo com o aumento do
percentual o índice ainda é considerado muito baixo
Sobre o ensino fundamental no RN,
mostra o estudo que o percentual de matriculados em 2018, registrou uma pequena
oscilação também positiva com relação a 2012. O percentual de crianças e adolescentes
com idade entre 6 e 14 anos matriculados em 2018 ficou em 98,4%, já em 2012, o
percentual era de 97%.
Os dados do anuário mostram que
no Brasil, o número de jovens de 15 a 17 anos cursando o ensino médio aumentou
de 61% em 2012 para 68,7% em 2018. O percentual de jovens nessa faixa etária
que frequentam a escola também vem crescendo e chegou a 91,5% em 2018.
A conclusão do ensino médio na
idade adequada ainda é um desafio, como mostram os dados do relatório. Em 2018,
apenas 63,6% dos jovens de 19 anos matriculados concluíram o ensino médio. Em
2012, 51,7% dos jovens de 19 anos tinham concluído essa etapa do ensino.
É um avanço estatisticamente
significante, mas um avanço ainda tímido. O modelo que temos acaba fazendo que
adolescentes e jovens saiam da escola e, mesmo os que frequentam a escola, não
veem um ambiente atrativo para seguir e encaixar a ideia de escolarização do
ensino médio nos seus projetos de vida", disse o coordenador de projetos
do Todos pela Educação, Caio Callegari.
Desigualdade dificulta acesso ao
ensino
As desigualdades socioeconômicas
e de raça têm peso no acesso ao ensino médio, como aponta o anuário. Em 2018,
75,3% dos jovens brancos de 15 a 17 anos estavam matriculados na etapa. Já
entre os jovens negros da mesma faixa etária esse percentual era de 63,6%, uma
diferença de quase 12 pontos percentuais.
O anuário mostra também as
disparidades em relação à distribuição de recursos. Enquanto São Paulo recebe a
maior média anual de recursos vinculados à educação por aluno, R$ 6,5 mil, o
Maranhão está no outro extremo com R$ 3,5 mil por aluno ao ano.
“Boa parte das desigualdades
educacionais está relacionada à desigualdade de financiamento tanto em relação
à garantia de recursos mínimos quanto à gestão de recursos. Estamos dando menos
recurso para quem tem que corrigir um passivo histórico de investimento em
educação”, disse o coordenador de projetos do Todos pela Educação.
Em relação à formação dos
professores a publicação mostra que desde 2012 houve aumento médio de cerca de
cinco pontos percentuais no número de docentes com formação adequada para as
disciplinas que lecionam.
Em 2018, 48,7% dos docentes dos
anos finais do ensino fundamental, que vai do 6° ao 9° ano, tinham formação
adequada. O dado representa um crescimento de 5 pontos percentuais em
comparação a 2012. Já no ensino médio, essa taxa era de 56,3%, aumento de 5,4
pontos percentuais no mesmo período.
“A última década foi marcada por
avanços importantes, mas que de forma nenhuma desligaram a sirene de urgência de
mudanças estruturais na educação brasileira. Ainda estamos muito distantes das
metas estratégicas do PNE”, disse Caio Callegari.
O Anuário Brasileiro da Educação
Básica 2019 usa como base dados do Ministério da Educação e traz análises sobre
os temas das 20 metas do PNE que foi sancionado em 2014 e estabelece metas para
melhorar a educação até 2024.
JORNAL DE FATO
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