Estado com tradição de bem
acolher o imigrante, Santa Catarina pode estar dando um passo atrás. Após dois
anos de espera para entrar em funcionamento devido à burocracia e menos de um
ano e meio de atividade, o Centro de Referência de Atendimento ao Imigrante de
Santa Catarina (Crai-SC), em Florianópolis, vai fechar as portas.
As atividades do Crai devem durar
até setembro, quando se encerra o termo aditivo anteriormente assinado. Este
termo foi necessário, conforme a Secretaria de Assistência Social, porque a
data do contrato inicial era de 2016 e, fechados os dois anos do termo inicial,
o convênio é encerrado.
A prorrogação ocorreu já que,
apesar de assinado em 2016, o Centro de Atendimento só começou a funcionar, de
fato, em 2018. Isso fez com que o Estado tivesse que devolver os recursos
anteriormente repassados pelo governo federal.
Antes do Crai, o atendimento aos
migrantes era feito pela Pastoral do Migrante, nas dependências da Paróquia
Santa Teresinha do Menino Jesus, na Prainha, na Capital. O trabalho era feito especialmente
por voluntários. Primeiro no Estado e terceiro do Brasil, o serviço recebe
estrangeiros que desembarcam em busca de uma vida melhor. Desde que foi
inaugurado, em fevereiro do ano passado, pelo menos 5.467 pessoas de 85
nacionalidades, sendo 72% haitianos, passaram pelo local. Foram feitos 8.174
procedimentos de atendimento.
O centro funciona em um espaço na
Rua Tenente Silveira, 225, no Centro de Florianópolis. A gestão do serviço é
feita pela Associação Social Arquidiocesana (ASA), conforme licitação, e os
recursos (cerca de R$ 30 mil mensais) são repassados pelo Estado. O Crai é uma
opção aos imigrantes, que enfrentam no idioma um severo obstáculo, auxilia na
retirada de documentos, ajuda a inserir no mercado de trabalho e orienta
atendimento psicológico em serviços de rede. Por meio de 21 parcerias com
empresas e entidades da Grande Florianópolis, como Senac e o Instituto de
Gerações de Oportunidades (Igeof), são realizados cursos preparatórios para o
primeiro emprego.
NSC TOTAL
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